As expectativas se confirmaram e o Queens of The Stone Age fez, sem a menor dúvida, um dos melhores shows do SWU Festival, evento que foi realizado em Itu entre os dias 9 e 11 de outubro. Com um rock bastante básico, sem frescuras e com bastante peso, a banda liderada pelo guitarrista e vocalista Josh Homme mostrou que não é preciso trazer para o palco um mundo de parafernálias para alegrar a galera com boa música. Os caras subiram ao palco, tocaram um excelente rock and roll, falaram o necessário com o público e foram embora. E a maioria das pessoas que estiveram na Arena Maeda no terceiro dia do festival para ver o grupo ficou com a sensação de ter assistido a uma apresentação de qualidade.

Para sermos justos, o show do Queens of The Stone Age não teve a vibração fora do comum que a apresentação do Rage Against The Machine provocou no sábado. Mas também não contou com a quantidade de empecilhos que o grupo liderado por Zack de la Rocha e o público foram obrigados a enfrentar no primeiro dia do SWU.

Músicos de qualidades que são, Josh Homme e seus companheiros executaram um set list que contemplou a maioria dos álbuns da banda de stoner rock.  De maneira diferente da catarse histórica provocada pelo RATM, o que se viu no show do QotSA foi uma espécie de hipnotismo, com a galera vibrando de uma forma um pouco mais moderada, mas vidrada nos acordes perfeitos de Josh Homme e nas batidas animalescas do batera Joey Castillo, grande destaque da segunda-feira. Fãs da banda ou simplesmente marinheiros de primeira viagem não vão esquecer tão cedo daquela noite.

Importante lembrar que tudo isso teve um preço: o maior atraso de todos os shows do SWU. Por conta de problemas de som, a banda demorou 1 hora para subir ao palco, o que deixou muitos presentes irritados. Para este jornalista, o atraso foi providencial, já que, depois de sair de São Paulo às 19h30 e recuperar o tempo perdido na Marginal Tietê na ótima Rodovia Castelo Branco, a realização do sonho de ver o QotSA quase se desfez por causa da péssima sinalização das placas com informação sobre os bolsões de estacionamento do festival em Itu.

Depois dos problemas resolvidos, o Queens of The Stone Age já entrou quebrando tudo, com a execução da famosa “Feel Good Hit of the Summer”, do álbum “Rated R”, de 2000. Josh Homme começou dizendo que havia esperado um longo tempo por aquele momento (no Brasil), mandou ver e a galera foi ao delírio. Sem muita frescura, já emendou “The Lost Art of Keeping a Secret”, do mesmo álbum, e “3’s & 7’s”, do mais recente “Era Vulgaris”, de 2007.

Para algumas pessoas que ficaram em diferentes pontos do local do show, o som chegou a dar algumas falhadas, mas, no local em que este jornalista estava, o som era de alta qualidade e era impossível não agitar. Completando a dobradinha do “Era Vulgaris”, o QotSA trouxe “Sick, Sick, Sick”, que não deixou o público ficar parado. Na sequência, o grupo tocou “Monsters in the Parasol”, também do “Rated R”.

Ainda faltava rolar alguma coisa do álbum “Lullabies to Paralyze”, de 2005. Foi quando a banda emendou quatro músicas deste disco: “Burn the Witch”, hit que fez a galera cantar junto; “Long Slow Goodbye”, mais calminha e viajante; “In My Head”, baita canção em que pudemos ver as qualidades do outro guitarrista da banda, Troy Van Leeuwen, e do baixista, Michael Shuman; e “Little Sister”, mais um hit que voltou a levantar o público, com direito a cigarrinho cult de Josh Homme preso à guitarra.

Foi quando o líder do QotSA perguntou para a galera se ela estava se divertindo…A resposta foi que sim e ele entrou na fase final do show, que ainda iria atingir seu auge, justamente quando a banda começou a executar as músicas de seu melhor e mais famoso álbum: “Songs for The Deaf”, de 2002.

A primeira delas foi “Do it Again”, com batidas quebradas que só os grandes grupos conseguem fazer.

Depois de trazer mais uma do “Rated R” (“I Think I Lost My Headache”), o Queens of The Stone Age tocou seus dois maiores hits: “Go With the Flow”, no qual Josh Homme disse que aquela era uma “noite mágica” e “No One Knows”, que fez a alegria do povo presente.

Para fechar, “A Song for The Dead”, que foi nada menos que a música melhor apresentada na noite, com o batera Joey Castillo parecendo uma máquina e a banda sendo bastante aplaudida.

No final da apresentação, alguns sentiram falta da música “Misfit Love”, do “Era Vulgaris”, que foi retirada do set list original por conta do atraso gerado com os problemas do som.

Este jornalista acredita, porém, que a ausência de “You Think I Ain’t Worth A Dollar, But I Feel Like A Millionaire” foi o único motivo para não dar uma nota máxima para o show do Queens of The Stone Age, já que é uma das músicas mais pesadas da banda.

Mesmo com estes detalhes, o show foi bárbaro e marcou o festival com chave de ouro.

Não por acaso, o Roque Reverso descolou vários vídeos do YouTube de almas boas que conseguiram copiar a apresentação inteirinha da TV paga. Se você perdeu o show, dá para assistir a todas as músicas da apresentação em Itu lá no YouTube.

O primeiro vídeo selecionado pelo blog tem a música inicial do show: “Feel Good Hit of the Summer”. Na sequência, você poderá assistir aos vídeos de “Burn the Witch”, “In My Head”, “Little Sister”, “Do It Again”, “Go With the Flow”, “No One Knows” e “A Song For the Dead”. Fucking Great!

Set list: 

Feel Good Hit of the Summer
The Lost Art of Keeping a Secret
3’s & 7’s
Sick, Sick, Sick
Monsters in the Parasol
Burn the Witch
Long Slow Goodbye
In My Head
Little Sister
Do it Again
I Think I Lost My Headache
Go With the Flow
No One Knows
A Song For the Dead